quarta-feira, 29 de abril de 2009

Fundamentos Filosóficos e Epistemológicos da Psicologia

PSICOLOGIA FILOSÓFICA – PERÍODO COSMOLÓGICO
Exemplificando através do filme: "Fúria de Titãs"

A Psicologia Filosófica ou pré-científica deu-se início na Idade Antiga, entre os séculos VI e V aC, com o Período Cosmológico. A Grécia foi o berço da civilização ocidental, bem como da filosofia que dominou todo o ocidente. Os mitos gregos são marcadamente concebidos com características semelhantes ao mundo, relações e modos de vida dos homens daquele tempo. Neste período, predominou uma explicação mitológica do universo e da origem das principais significações da realidade.

O filme “Fúria de Titãs” conta o mito de Perseu, filho de Zeus (Rei do Olimpo) com uma mortal. Este filme é um exemplo perfeito de como a mitologia exprimia na forma divina e celestial todo o conjunto de relações, quer dos homens entre si, quer entre o homem e a natureza. Na mitologia, todos os deuses tinham uma conexão com algum elemento da natureza (terra, mar, ar etc), assim, todos os acontecimentos gerados pela natureza eram explicados como ações dos deuses contra os humanos.

Nesta época, os estudiosos tinham por abjetivo buscar entender e explicar o cosmo, sua composição, bem como o princípio e a lei que regiam o universo. Tinham por pressuposto que o cosmo era composto pela junção de elementos simples. E achavam que o mundo seria compreendido se este elemento fosse descoberto. Foi dado o nome de Elementismo ou Anatomismo ao método de busca da verdade através da redução do elemento mais complexo no mais simples.

Existem cinco filósofos que são considerados como os principais deste período. Tales de Mileto (640 a 584 aC.) é considerado o primeiro pensador do ocidente. Muito preocupado com o movimento e transformação das coisas, sentiu necessidade de buscar o elemento que permanecesse estável apesar das mudanças, tendo uma atendência elementista. Para ele, este elemento era a água, pois ao se resfriar, torna-se densa e dá origem à terra; ao se aquecer transforma-se em vapor e ar, que retornam como chuva quando novamente esfriados. Desse ciclo (vapor, chuva, rio, mar, terra) nascem as diversas formas de vida, vegetal e animal. Apesar de ter identificado a água como elemento componente de todos os seres vivos, não conseguiu identificar o elemento gerador do universo.

Eráclito de Éfeso (540 a 475 aC.), ao contrário de Tales de Mileto, dava mais ênfase ao processo, à dinâmica, do quê ao elemento estático. Acreditava não existir nada duradouro e estático no universo, e que com o tempo tudo se transformava em seu oposto. Considerava a guerra, o conflito, a luta e a contradição como a própria essência do devenir (dialética). E por ser um agente trasnformador, via o fogo como o elemento básico de universo. Sua principal contribuição à Psicologia moderna, foi mostrar que o psicólogo trabalha com processos mutávies e não unidades fixas.

Pitágoras de Samos (570 a 496 aC.) acreditava que o elemento permanente do mundo encontrava-se nos princípios matemáticos, por estes serem intemporais e imóveis, e expressarem as relações físicas e numéricas das coisas, dentro de um ordem rítmica, gerando harmonia. Procurou descobrir a ordem que regia o mundo, através destes conceitos matemáticos. Acreditava que o conceito de harmonia existente no cosmo, também deveria regir as relações humanas. Considerava a alma imortal, preexistente e distinta do corpo. Suas teorias foram importantes para a psicologia, pois o uso dos métodos quantitativos foi de suma importância para fazer dela uma ciência.

Anaxágoras de Clazômenas (499 a 428 aC.), acreditava na existência de uma diversidade de elementos, as homeomerias, ou sementes que traziam em si as substâncias geradoras de todas as coisas. Dizia que “tudo está em tudo, pois em cada coisa há uma parte de todas as outras”. Acreditava na existência de uma força divina, transcendente e superior (Nous), considerada como o espírito ordenador do universo, uma espécie de fluido universal que fazia a união das diferentes partículas, gerando a diversidade dos seres. Sua idéia de disposição e ordem dos elementos no todo fundamentaram a Gestalt, uma das escolas psicológicas do século XX.

Demócrito de Abdera (460 a 370 aC.) é considerado o último e verdadeiro elementista do período cosmológico. Considerava que o universo era composto por átomos indivisíveis que se moviam costantemente. Acreditava que as pessoas eram constituídas de átomos de alma e átomos de corpo, que eram qualitativamente idênticos mas se distinguiam pela velocidade dos movimentos, e que a alma por ser constiuída de átomos, estava sujeita à morte. Por isso, é considerado o criador da primeira psicologia materialista lógica. Acreditava também que “agentes externos” determinavam os pensamentos e atos do homem, assim como todos os acontecimentos da sua vida. Desta forma, influenciou o Behaviorismo, que acredita que estímulos externos determinam o comportamento humano.

Talis, Heráclito e Anaxágoras, apesar de possuírem tendência elementista, não conseguiram identificar o elemento básico gerador do universo. Pitágoras encontrou nos números o elemento permanente do mundo. Entretanto, Demócrito foi o filósofo que mais contribuiu ao Período Cosmológico, focando nas teorias elementista\reducionista e atomista, que foram o foco central da discussão gerada na época.

2 comentários:

  1. Olá galera! Gostei muito do blog!
    Gostaria d saber por que os filosofos desse periodo sao chamados ELEMENTISTAS? E em q consiste o Elementismo?

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    1. Relativo à reducionista, reduzir o universo à uma causa primeira(motor imóvel para aristóteles), crendo, através do raciocínio metafísico, que, todo efeito é produto de uma causa primordial, logo, a primeira das causas é aquilo que da origem a tudo, o sumo bem para aristoteles, analogicamente pode ser chaamdo de deus. O elementismo consiste então na busca da substância primeira, reduzindo a natureza, o movimento que nela se da, as causas, até encontrar a causa elementar. Espero ter ajudado.

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