quinta-feira, 26 de março de 2009

Educação das Emoções

EDUCAÇÃO DAS EMOÇÕES

VÍDEO: INDICANDO AS EMOÇÕES

Há 10 anos, os entrevistados Lúcia Maria de Carvalho e Steven Gonsalves Portnoi passaram por uma experiência traumatizante que dividiu suas vidas em dois momentos: antes e depois da perda de seus entes queridos.

Lúcia perdeu seu filho mais velho em um acidente de carro, mas o mesmo só veio falecer 15 dias após o acidente, ficando internado na UTI de um hospital. Segundo a entrevistada, estes 15 dias foram os piores de sua vida e neste momento sentiu-se desesperada e desamparada (Raiva Adquirida). Mas buscou, em seus outros filhos, a força para continuar a viver. Entretanto, junto com esta força, veio a preocupação excessiva com os filhos que continuaram vivos (Medo Adquirido). Porém, não permitiu que a raiva e o medo lhe impedissem de viver plenamente, planejando o futuro. Hoje, Lúcia diz conviver bem com a dor e a saudade muito grandes, geradas pela lembrança do filho (Tristeza Adquirida). Percebe-se nitidamente que a entrevistada se emociona muito ao lembrar de todo o acontecido, mas que não sabe definir muito bem as emoções sentidas.

Quando tinha 08 anos, Steven perdeu os pais em um acidente de ultraleve. Ele conta que naquele momento não tinha ainda muita compreensão da gravidade do fato, mas que sentiu muito medo (Medo Adquirido) por não saber como seria sua vida dali para a frente. Posteriormente, quando teve uma compreensão melhor do fato e da importância dos pais na vida da criança/adolescente, passou a sentir raiva (Raiva Adquirida), em função disto ter acontecido justamente com seus pais. Ainda hoje, sente medo de se entregar aos relacionamentos, em função do medo da perda (Medo Adquirido). Sente também grande saudade (Tristeza Adquirida), mas se sente feliz, pois apesar de não ter tido a educação dos pais, procurou seguir na vida caminhos que lhes dessem orgulho. Nota-se que o entrevistado possui dificuldade em demonstrar suas emoções, mas que sabe diferenciá-las e defini-las muito bem.

Podemos perceber, em ambos os casos, a existência das mesmas emoções: medo, raiva e tristeza, todos adquiridos através do processo de perda dos entes queridos. Porém, os entrevistados conseguiram de alguma forma, que eles chamam de “tempo”, superar a ausência dos entes e dar continuidade às suas vidas.